sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Você sabe com que está falando?

Sabe quem eu sou, com quem está falando? Quem jamais se deparou com uma pergunta deste tipo, feita em tom pedante ou autoritário, tentando exibir uma pretensa superioridade hierárquica?

Entretanto, o que leva alguém a agir com tão fremente necessidade de demonstrar de um poder social que acredita ser superior ao dos outros "meros mortais"? Que tipo de situação impunge a alguém este mecanismo de defesa baseado tão somente na arrogância?

Particularmente, acredito que o sentimento de superioridade que existe dentro do ser humano somente pode ser comparado ao seu próprio sentimento de inferioridade. Nesta bipolaridade, ao se sentir ameaçado diante de alguma situação onde o desconforto seja quase insuportável, algumas pessoas imediatamente lançam mão de algo que seja capaz de trazer à tona algum crédito a sua imagem recém-danificada. Quero dizer que, ao se sentir diminuída por alguém, é quase automático que a pessoa em questão mude o foco da atenção do problema que gerou para algo mais palpável e no qual acredite ter um controle maior. Algo do tipo: tome cuidado porque não sou esta pessoa frágil pareço ser já que tenho muito dinheiro. Ou porque sou muito famoso. Ou porque meu tio (pai, avô, etc) trabalha em algum lugar onde seria possível prejudicá-lo. E por aí vai.

Deste modo, o ouvinte da pergunta "você sabe com quem está falando?" pode se sentir vulmerável, inseguro e confuso. Entretanto, deve levar em consideração que aquele que perguntou também não sabe sua origem verdadeira e está simplesmente se refugiando da situação de fragilidade em que foi colocado. Eu diria até que ele está é se camuflando de superior porque na verdade ele se sente verdadeiramente inferiorizado pelo outro e para "abafar" este péssimo sentimento, só lhe resta tentar constranger ou humilhar ou ainda, aterrorizar seu alvo.

O educador e filósofo Mario Sérgio Cortella diz que quando confrontado com tal questionamento, ele responde com uma pergunta simples: "Você tem tempo?" Pois, para Cortella esta "inquisição" merece resposta elaborada. Na tentativa de levar o soberbo inquisidor a se recolher em sua insignificância, Cortella enumera alguns intrigantes fatos. Lembra que cada ser humano é um indivíduo entre outros sete bilhões de indivíduos, que compõe uma espécie entre outros três milhões de espécies classificadas. Vive num planetinha que na companhia de mais sete ou oito planetas orbita em torno de uma estrela antigamente considerada de quinta grandeza, mas que agora é percebida como uma estrela anã. Tal "estrelinha", o sol, é uma entre outros cem milhões de estrelas, compondo uma única galáxia entre outros duzentos milhões de galáxias que compõem um Universo entre outros Multi-Versos possíveis e que um dia vai se acabar.

No vídeo abaixo, ele expõe de maneira simples e bem humorada o que devemos levar em consideração ao escutarmos esta interrogação.



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